"Trabalho X Burnout" : Como condições de trabalho podem afetar um colaborador

É apenas uma terça-feira comum. Como  todas as outras. Neide iniciou sua jornada de trabalho às 7 da manhã, como sempre. Passou pouco mais de uma hora no transporte público lotado, como em todas as manhãs. “É pouco tempo”, ela pensa. Alguns de seus colegas não têm a sorte de morar tão perto, e passam mais tempo no transporte para chegar no trabalho todos os dias.  Ela acordou às 5h00 da manhã para deixar tudo em ordem em casa, como de costume. Sua filha teve febre de noite, mas pareceu bem quando ela observou, ao sair de casa. Mais tarde seu marido irá levá-la para a escola. Ela ainda não conseguiu telefonar ou enviar uma mensagem para ele, porque agora há muitos clientes aguardando atendimento. "Não dá pra parar agora". 

São 10h30 manhã e ela pensa em parar por uns minutinhos, ligar para saber da filha, tomar água e ir ao banheiro. Assim que se levanta de sua cadeira, a supervisora Marta vem em sua direção com uma pilha de fichas nas mãos. Marta precisa que sejam preenchidas até meio dia. “Claro, farei isso.” diz Neide, sempre solícita, dedicada e eficiente no trabalho, e não vai decepcionar a chefe desta vez. 

 Ela ainda está com sede, ainda está preocupada com a filha, ainda quer ir ao banheiro.

Mas não vai.

Não até que entregue todas as fichas preenchidas.

Neide é uma ótima funcionária!

Ela desmarcou de novo a sua consulta médica, porque os horários disponíveis na clínica exigem que ela se ausente do trabalho para comparecer à consulta. Já é a terceira vez que ela agenda a consulta, mas acaba desmarcando. 

Mas Neide não é de entregar atestados médicos.

Porque Neide é uma ótima funcionária!

“Não era tão importante assim o motivo da consulta, mesmo...", ela tem estado um tanto tensa em casa, e desanimada com o projeto de jardinagem, que sempre foi seu hobbie favorito. 

E tem a insônia também, junto com a dor de cabeça. Começaram há uns meses… Agora elas aparecem todos os dias. "Mas não deve ser nada. Dor de cabeça é normal, não é? Todo mundo tem…"

Na sala ao lado, Marta separa as avaliações de desempenho da equipe numa pasta para levar ao RH. Dá uma última olhada antes de levar. A primeira ficha é de Neide. Não foi um bom semestre, segundo a avaliação. Não está produzindo tanto quanto antes, está desatenta e não demonstra interesse durante as reuniões de equipe. Para ser sincera, ela deu ótimas ideias no ano passado, mas não foi ouvida. Nada pessoal, mas talvez as ideias não estejam sendo reforçadas por um diploma de nível superior, e acabaram sendo descartadas sem serem consideradas. Mas, eram ótimas idéias! 

Chegou o horário de almoço de Neide. Ela desce rapidamente as escadas para passar no vestiário primeiro, quer checar seu telefone celular. Liga para o marido, a febre da filha não voltou, então ela ficou na escola. Ufa, que bom! Ah, e eles precisam falar sobre as contas da casa, estão atrasadas de novo. Ultrapassaram o orçamento previsto no mês passado - as consequências chegam. Mas não tiveram escolha, os remédios são bem caros,  mas a filha precisou. O tênis dela está pequeno também, mas esse mês não vai dar para trocar. Quem sabe no próximo mês?

Neide volta à copa, aquecendo sua comida trazida de casa, preparada na noite anterior. Ela ainda está preocupada com a conversa sobre as finanças. Nem percebeu que já terminou de comer. 

A dor de cabeça voltou. Ela toma dois comprimidos de analgésicos de uma só vez. Ela já fez isso várias vezes nos últimos meses, dizem que não pode, mas tudo bem, ela tem que melhorar para trabalhar no período da tarde. Ela lembra que eles podem dar sono, então bebe dois copos de café para manter-se alerta. 

Porque Neide é uma ótima funcionária!

Pronto, seu horário de almoço acabou. Ela tem de retornar ao seu posto (...)

Incorporada no hall de doenças ocupacionais reconhecidas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) desde janeiro de 2022, a Síndrome de Burnout já caminha silenciosamente entre os locais de trabalho há anos. 

E, apesar de até hoje, muitos considerá-la como uma condição simples da pessoa, ou de formas mais pejorativas (preconceito ainda existe, e muito) a doença tem CID, consta no catálogo internacional de doenças como Z73.0 - “estado de exaustão vital”. Já atingiu muitas vítimas, muitas mesmo! De acordo com uma pesquisa realizada nos Estados Unidos em 2019, pela Digital Ocean,  somente na área de TI 82% dos entrevistados relataram sinais e sintomas relacionados com a Síndrome de Burnout.

Para quem se identifica ou deseja saber mais sobre como a Síndrome de Burnout vem afetando os profissionais de TI, sugiro a leitura do artigo completo no link abaixo.

https://www.digitalocean.com/blog/avoiding-burnout

Mas o que você pode fazer para não sofrer deste “mal do século”?

Vou lhe dar seis dicas para evitar ou diminuir os sintomas de estresse, mas lembre-se:     Procure ajuda profissional especializada se você estiver sentindo que precisa.

  1. Viva um dia de cada vez. Pense em como é improdutivo ficar demasiadamente preocupado com problemas que ainda não aconteceram.
  2. Faça o seu melhor no seu trabalho. De verdade. Mas deixe o trabalho no seu devido lugar. Sua vida e familiares também importam.
  3. Identifique as coisas que lhe desencadeiam ansiedade e/ou frustração. Tente manter uma visão positiva de seu trabalho. Se esforce para ver o melhor de cada pessoa que trabalha próximo de você. Todos nós temos defeitos e qualidades. 
  4. Seja organizado. Mantenha uma rotina razoável, que inclua atividade física, alimentação saudável e um hobbie para os momentos de descompressão.
  5. Dê atenção à sua família. E tempo. Deixa o celular um pouco de lado. 
  6. Peça ajuda. Não ache que deve fazer tudo sozinho, compreenda que todos temos limites. Isso é ser humano e nada mais.

Conheça o CVV - Centro de Valorização à vida - disque 188 24 horas - alguém estará ali para conversar com você.

Alguns links abaixo podem ser úteis.

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/depressao

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sindrome-de-burnout

https://www.cvv.org.br/quero-conversar/

‍Nós da Polartis, sabemos que pode ser muito desafiador para você ter que cuidar do seu negócio e ainda gastar energia e tempo aprendendo e entendendo, como usar tecnologia para ser competitivo! Que tal uma mãozinha? Vamos te ajudar com isso, e assim você pode se concentrar naquilo que você sabe fazer de melhor, deixando a tecnologia conosco! Afinal, somos apaixonados por cultivar amizades e gerar resultados! 

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"Volte sempre!" Como reter seus clientes e faze-los voltar mais vezes